A Força mostrava aquilo que eu mais queria ocultar. Em meio aos entraves constantes, cedi. Entreguei-me de alma inteira. Eu chamo a Força, eu chamo a Força / Eu quero ver o tempo estremecer / Como um raio que ilumina a Terra / Salve a Força, salve o seu Poder.
Ela chegou, estremeceu e clareou, feito o Sol iluminando o dia. Olhei para mãe Chacrona, que reluzia em vermelho e verde, para o pai Mariri e para a mata que cobria o horizonte, enquanto gotas daquele sereno beijavam meu rosto.
- Por que sou assim, paizinho e mãezinha? Por que assim? Por que assim?
Perguntei-lhes insistentemente, insatisfeita com minha aparência física, personalidade e comportamentos.
- Porque as-sim. Porque sim!
Tão claro! Um 'porque sim' deveria bastar.
- Veja: você se diminui tanto, comparando-se com as pessoas ao seu redor, acreditando que são melhores que você e desejando ser qualquer pessoa menos você mesma... Vou te mostrar uma coisa. Venha!
Disse a Força, vendo que meu dilema prosseguia. Quieta, segui prestando atenção no que era dito.
- Cada um aqui tem uma missão. Cada um aqui está representando seu papel. Cada um aqui tem que lidar com as partes difíceis da vida e de si mesmo. Mas fora disso, fora dessa capa, fora desses personagens, vocês todos são iguais, são os mesmos, e são um só. Somos todos energia. Somos todos a mesma coisa. Somos Amor. Para que essa separação? Quando você se vê melhor ou pior que alguém, você está separando. Todos somos Um!
Observei, atenta, e esperei.
- Quem és tu, pequena luz?
Ela perguntou. A resposta só obtive depois.
- A pedra fina escondida em você!
Sua voz sussurrou doce em meu coração e, naquele momento, compreendi a mensagem. Logo mais, a Força falou sobre Amor incondicional e universal, e que eu deveria praticar comigo mesma, amando-me de verdade. Agradeci. Uma alegria incomensurável tomou conta de mim e verdadeiramente senti a Unidade, senti-me una com o Universo, com todos que ali estavam.
Obrigada, Mãe Divina, por esses tantos presentes. Gratidão, Vinho das Almas. Entrego, aceito, confio e agradeço.
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Imagens: Pablo Amaringo e Luis Tamani Amasifuen
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